30 anos depois

Estou sentada na varanda da minha casa. Ela é humilde, como eu sempre quis. Depois que eu cresci e tive que pensar no meu futuro, casei. Tive um bom emprego e envelheci mas o amor que eu sinto por ele ainda está intacto. “Como pode?” eu me perguntei enquanto estava me deitando e depois de ter uma conversa sobre isso com meus netos. Eles me perguntaram se eu amei alguém de verdade, eu lhes disse que antes do seu avô, tivera um ídolo e que ainda o amo, são amores diferentes. Eles me perguntaram sobre o ídolo. Lhes contei o quanto minha vida dependia da dele. Contei-lhes que passava horas olhando uma de suas fotos imaginando seu abraço e que, depois de prová-lo, comprovei que não existe nada melhor no mundo. Não deixei de contar das amizades cultivadas por causa dele, que eram extremamente verdadeiras e sinceras. Contei das lágrimas, de como eu ficava quando ele dizia que nos amava. Contei-lhes que o amor de fã é o mais difícil e puro de todos, que ele é platônico de todos os ângulos e que o que mais predomina em seu coração é a saudade. Eles me perguntaram como eu lembrava de tudo isso, eu lhes disse, escolhendo as palavras: “Quando você ama, todos os detalhes são histórias, todos os sorrisos são poesias e tudo fica guardadinho no coração”. Depois disso, eu terminei com uma frase pra que eles a levassem pra todos os cantos: “Sonhem, porque uma vez, um menino sonhador me ensinou que nada é impossível pra quem acredita”.